Sombra

ASUFPel endossa a Nota do Coletivo UFPreta

Quarta-feira - 04 de setembro de 2024

Por: UFPreta


O Movimento de Resistências UFPRETA nasce em 2019 na UFPel. Nascemos das ausências e invisibilidades e do apagamento da presença do povo negro da Universidade. Somos aqueles que foram vítimas do racismo institucional, que lutaram por ações afirmativas de fato dentro da Universidade, que estavam na linha de frente no combate aos antirracistas de discurso, que na prática atacavam as conquistas de décadas e décadas de construção da luta do povo negro organizado. Não é possível falar de luta negra nessa universidade sem recordar quem foram os atores nos processos onde a UFPel se omitiu ou permitiu que o racismo prosperasse. 


 Não há universidade antirracista sem lembrar que nos últimos anos professores racistas foram aposentados, quando a própria universidade se desliga de grupos que debatem ações afirmativas, quando fraudadores de cotas em concursos e processos de ingresso permanecem impunes na UFPel ou conseguem permutas, quando o acesso e a permanência de negras, negros, indígenas e quilombolas é dificultada. O racismo existe todos os dias na UFPel. 


Nesse sentido, frente a nossa posição, é impossível deixar de falar de episódios de racismo que aconteceram e acontecem dentro do processo de consulta à comunidade para a reitoria. Desde 2020, nossa coletividade, nossos corpos sofrem ataques durante esse processo. Neste ano, em 2024, nosso candidato a reitor, Gilson Porciúncula, sofreu ataques desmedidos durante e após os debates à reitoria. Ataques públicos, personalizados e protagonizados por pessoas que hoje se arvoram a postar fotos e textos sobre antirracismo nas redes sociais. A estes, dizemos: vão responder onde devem responder, pois não se trata apenas de eleições, mas de anos de desrespeito e ataques institucionais. A UFPEL não pode ser antirracista apenas nestes momentos. Antirracismo é uma prática cotidiana. 


A quem se deve solidariedade: Prof. Gilson, Prof. Marina, Prof. Adalberto, Prof. Eraldo, todas, todos e todes TAEs e Estudantes que historicamente são invisibilizados e afastados de dentro da Universidade. A estes, nosso sincero acolhimento, abraço e luta constante. A quem nos enxerga apenas quando convém, a denúncia do oportunismo eleitoreiro. Aos racistas, a força da lei.


Seguimos em luta por uma outra universidade. Como já afirmamos em nosso manifesto: “Falamos de uma democracia comprometida com políticas reparatórias, de ações afirmativas. Falamos de uma universidade que não nega a presença negra, indígena, quilombola, LGBTQIAPN+. Falamos de uma universidade democrática que nos enxergue como sujeitos históricos protagonistas nos diferentes territórios por onde circulamos, e não como objeto da esfera do exótico, do estudável, do pesquisável. Falamos de um projeto de universidade que se estrutura nas polifonias e pluralidades de vidas e existências da UFPel.”


Lutamos por uma UFPel antirracista todos os dias!