Em 31 de julho de 1979 nasceu a ASUFPel. Ela foi concebida para nos juntar e agregar, fazendo-nos mais fortes. A categoria foi tomando consciência que a capacidade de ação da Associação, dependia diretamente de nossa unidade na vontade e na ação de fortalecê-la.
Ao longo do tempo, nossa entidade foi ampliando sua pauta de cuidados. No inicio foi a saúde, o lazer e a facilitação de compras através de convênios. Em seguida a relação de trabalho, a democracia na instituição e no país e a solidariedade de classe. Essa pauta se completa com a defesa da universidade pública, dos serviços públicos, das liberdades e do respeito às diferenças.
Na década de 80, vivemos a luta pela redemocratização em todos os âmbitos. Em seguida veio o processo constituinte onde conquistamos os direitos à sindicalização, à greve e à carreira, o regime jurídico único, a aposentadoria e a estabilidade. Diante de avanços tão significativos na relação de trabalho, decidimos que deveríamos continuar associados, agora em forma de sindicato. Esta nova forma jurídica reforçou a representação formal, mas não mudou a pauta da ASUFPel.
As lutas nos ensinaram que não basta o sentimento de pertencimento à categoria dos técnico-administrativos em educação. Para nos fortalecer é preciso que nos sintamos como comunidade acadêmica, como classe trabalhadora, como cidadãos e como parte de um mesmo planeta.
Percebemos que além das pautas de categorias, existem múltiplas pautas, todas elas buscando realizar direitos civis, dos quais são simbólicos os direitos à vida e à liberdade; direitos sociais, dos quais são simbólicos os direitos à educação, à saúde, à alimentação, ao trabalho, à moradia, ao lazer e à segurança; direitos políticos, dos quais são simbólicos os direitos a participar e a influenciar nos destinos do país. Percebemos que a realização desses direitos depende diretamente ou é fortemente impactada pela ação ou omissão do Estado e, também, que estamos muito longe de garanti-los a todos os brasileiros. A consciência desses direitos, dessa realidade e do papel do Estado nos fez compreender que a solidariedade e a luta política são combustíveis para que possamos avançar em todas as pautas em direção a uma sociedade justa e verdadeiramente democrática.
Essa compreensão foi decisiva na história da ASUFPel. No âmbito da UFPel lutamos pelas pautas da categoria e nos articulamos com a professores e estudantes em defesa da Universidade como instituição pública compromissada com a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro.
No âmbito das instituições federais de ensino superior, integramos a FASUBRA que tem o papel de coordenar nossas ações para realizar as pautas de nosso movimento e com vistas à qualificação das universidades e pela construção de um serviço público comprometido com a realização de direitos de cidadania. Do âmbito local ao nacional, nos articulamos na CUT e com os movimentos sociais nas lutas por direitos fundamentais.
Podemos afirmar que a ASUFPel é uma entidade solidária e a serviço da construção de uma vida digna para todos. Ela é expressão de nossa consciência e ação coletivas. Sabemos que para chegar a um futuro desejado é preciso agir no presente.
Hoje, vivemos novos tempos. Tempos obscuros, onde a unidade interna, com a classe trabalhadora e com os movimentos sociais é cada vez mais estratégica. Tudo indica que viveremos um período onde muitos direitos serão atacados. Há anúncios e indícios de ameaças aos direitos previdenciários e trabalhistas, à universidade pública, ao SUS, ao estado laico, às liberdades e à solidariedade entre os povos.
Nas lutas que virão estamos desafiados a melhor conhecer a nós mesmos como categoria. A natural renovação dos quadros das universidades traz companheiros com novas concepções e formas de relacionamento. O entendimento entre os sujeitos que compõem essa renovada categoria exige diálogo permanente sobre o que fomos, o que somos e o que queremos ser, bem como sobre as estratégias que podem nos manter unidos e nos fazer mais fortes.
A bela história que construímos nestes quase quarenta anos nos anima a dizer que nesses novos tempos, apesar dos perigos, da força mais bruta, da noite que assusta, estaremos na luta.