Sombra

Nota - Sindicato ASUFPEL

A Universidade Federal de Pelotas desde de o início da Pandemia tem tomado as medidas necessárias para a proteção de todos que fazem parte desta instituição. A suspensão das atividades acadêmicas e administrativas foram atos importantes para mitigar o avanço do vírus na cidade de Pelotas. Além disso, a UFPel tem trabalhado em pesquisas, confecções e distribuições de máscaras, o Hospital Escola vem se preparando para receber os casos de COVID-19, entre outras ações.

Contudo, em dia 23 de abril a reitoria, em reunião com os diretores de unidade acadêmica apresentou a proposta de calendário alternativo onde, apesar de defender que não substituirá as aulas presenciais por aulas em meios digitais, conforme possibilitado pelo MEC através das Portarias 334, de 17/03/2020 e 473, de 12/05/2020, traz no restante do documento desenhar como os cursos devem ministrar seus componentes curriculares na modalidade a Distância. Posteriormente, a proposta foi analisada pelas coordenações de curso de graduação e de pós-graduação. Importante manifestar que a origem das discussões ficou restrita ao Comitê Acadêmico da UFPel na pandemia do COVID-19, o qual é composto em sua totalidade por membros da gestão.

Na sequência foi aberto um prazo para para aqueles que quisessem contribuir com a proposta apresentada e para aqueles que não tenham compreendido a proposta, o qual após pressão da comunidade acadêmica foi prorrogado até o dia 15 de maio. A gestão da UFPEL fez a compilação das sugestões, e, apesar de afirmar que a proposta está sendo amplamente discutida, convocou o COCEPE em 20 de maio.

Neste texto, inicialmente a gestão superior da UFPEL reafirma que não seguirá a proposta do MEC, mas no decorrer do documento viabiliza a oferta de componentes curriculares através do ensino remoto. Além disso, o texto da proposta não responde a todas as perguntas realizadas pela comunidade acadêmica e aqui citamos alguns pontos:

não traz o resultado da pesquisa de viabilidade realizada com os alunos; a proposta foi enviada com menos de 48 horas de antecedência da reunião do COCEPE, o que impossibilita os conselheiros consultarem seus representados e exercerem a democracia de fato;

o documento diz que a questão do acesso a internet pelos alunos ainda está em análise. Esse é um dos pontos cruciais para tornar uma decisão sobre a proposta; Além da proposta, ainda tem o calendário que se aprovado define que as aulas irão iniciar no dia 8 de junho, ou seja, serão apenas 15 dias para realizar todas as adequações que possibilitem o acesso pelos alunos e, também para que os professores façam as adaptações metodológicas necessárias para ministrarem suas disciplinas a distância. Salientamos que o documento responsabiliza os Docentes pela qualidade de ensino em suas disciplinas. Lembramos que o corpo docente da UFPel em ampla maioria não tem capacitação para ensino a distância.

É fato que o encaminhamento direto ao COCEPE da proposta "compilada" após consulta, inviabiliza a apreciação e o amplo debate pela comunidade da UFPEL. Comunidade esta que apresentou uma série de questionamentos que não foram devidamente sanados antes do encaminhamento para deliberação pelo referido Conselho.

Tem-se ainda que não houve por parte da reitoria abertura de debate sobre a proposta, ocorreram as reuniões citadas no documento, mas cabe salientar que o ASUFPEL não foi chamado a se posicionar ou discutir a proposta. Isso foi assumido pelo Reitor em nossa Live, realizada no dia 14 de maio, onde chamamos toda a comunidade a debater o assunto. Ficou a interrogação: Por que diante de um assunto tão importante, uma proposta que rompe com a modalidade em que todos os professores da universidade desenvolvem seu trabalho, não se ampliou o debate oportunizando o amadurecimento de uma alternativa que não fosse excludente. Para que a pressa? Concordamos que precisaremos de alternativas criativas diante deste cenário, mas como disse a Reitora da UFRJ “Para sermos criativos precisamos de tempo”. E entendemos que apenas um mês entre primeira apresentação da proposta e a deliberação do COCEPE é exíguo para um tema tão importante e com tantas consequências para a Universidade Pública.

Diante disso, requeremos a gestão da UFPEL, o que segue:

retire da pauta de reunião do COCEPE que será realizada no dia 22 de maio a minuta de parecer normativo e o calendário alternativo; Retorne a minuta às Unidades Acadêmicas para uma segunda rodada de discussão; Amplie o debate com a comunidade acadêmica sobre a nova proposta;