Conselho Universitário da UFPel

Representantes de movimentos sociais e integrantes do Grupo de Estudos Exatas Diversidade Afro Indígenas Brasileira, coordenado pelo Prof. Gilson Porciúncula do Centro de Engenharias da UFPel, com apoio da Coordenação do ASUFPel Sindicato, propuseram e conseguiram aprovar na manhã de hoje no Conselho Universitário (CONSUN), aumento no percentual de reserva de vagas do PAVE para estudantes que cursaram integralmente o Ensino Médio em escola pública, atingindo 75% das vagas em 2018, 80% em 2019 e 90% em 2020, buscando minimizar a histórica injustiça no acesso destes estudantes à Universidade pública brasileira.

A proposta oriunda dos movimentos e encampada pela conselheira representante da Faculdade de Educação e por representantes do DCE, foi aprovada em votação apertada tendo 26 votos a favor da mesma contra 23 votos dados à proposição da Reitoria, que previa um escalonamento menos favorável a reparação da injustiça no acesso (60% em 2018, 75% em 2019 e 90% em 2020) recentemente diagnosticada pelo referido grupo de estudos.

A proposta inicial dos movimentos e apoiada pela Coordenação do ASUFPel Sindicato, estabelecia a reserva imediata de 90% de vagas para estudantes de escola pública, posição expressa da maioria dos(as) participantes da Audiência Pública sobre o tema, realizada na Câmara de Vereadores no último dia 14. Contudo, tendo em vista a posição de Conselheiros (as) apoiadores (as) da proposta da Reitoria contra o aumento imediato, o movimento, com o apoio da Coordenação do ASUFPel e de 7 dos 8 representantes da categoria dos/as Técnicos/as-administrativos/as no CONSUN, retirou a proposta inicial e apresentou a alternativa, que foi aprovada em detrimento da posição mantida pela gestão atual da Reitoria.

A Coordenação do ASUFPel Sindicato parabeniza os(as) 26 Conselheiros(as) do CONSUN pela decisão de reparação menos tardia na injusta distribuição de vagas do PAVE. O PAVE é um método específico de ingresso nos cursos de graduação da UFPEL e que desde o ano passado sofreu ampliação, sendo responsável pelo preenchimento de 20% do total das vagas da instituição. Contudo, o diagnóstico realizado pelo Grupo de Estudos Exatas Diversidade Afro Indígenas Brasileira de que aproximadamente 93% dos potenciais candidatos ao PAVE estão matriculados na rede pública e de que a reserva de vagas para estes alunos corresponde somente a 50%, levou a necessidade de reparação nesta discrepância através de uma ação restauradora em prol do processo de democratização do acesso e garantia das políticas afirmativas.